Arquivos de tags: Eleições

Marina Silva e a Manipulação da Ideologia – Parte II – O Lado Sombrio dos Verdes

Marina discursando em Tatooine.

Conforme a palhaçada entre PT e PSDB crescia e ficava cada vez mais difícil diferenciar quem era acusador ou quem era acusado, o eleitorado começou a prestar atenção na terceira colocada nas pesquisas: Marina Silva pelo Partido Verde e com uma coligação sem força política nenhuma.

O tempo de televisão dela era 1 minuto e pouco, mas como ela pontuava relativamente bem nas pesquisas e a mídia costuma cobrir pelo menos os três primeiros nomes, ela foi tendo seu espaço garantido. Com os debates ela começou a crescer, mostrando-se inclusive mais agressiva do que o esperado de uma mulher com a aparência frágil que ela tem. E foi martelando que essa eleição não era um plebiscito entre A e B e que ela era a candidata da continuidade e não do continuísmo. Parecia besteira semântica a princípio, mas o tempo provou que não.

A meu ver o ponto de virada foi o debate on-line Folha/UOL. Este debate ocorreu em um dia de semana de manhã. Só quem tinha internet no trabalho ou quem estivesse em casa pode acompanhar o debate. Justamente esse povo que se acha super engajado, mas só acompanha o que rola de quatro em quatro anos (quando isso). No encerramento deste debate Marina Silva se definiu como “um milagre da educação”. Eu aposto que tinha gente no meu Twitter chorando nessa hora.

E por que esse foi o ponto de virada?

Tanto Dilma quanto Serra tem perfis e atuações extremamente gerenciais, administrativos. Era aquele discurso tecnocrata, apoiado em números e mais números. Faltava alguém que mostrasse que política também era ideologia, mas sem o radicalismo comunista de Plínio de Arruda Sampaio do PSOL. Aos poucos Marina foi preenchendo essa lacuna graças aos seguintes pontos:

– Ela defende a “causa ambiental”. Logo um monte de “artista engajado” começou a manifestar apoio a ela e seus fãs seguiram na onda;

– Ela é uma pobre que “deu certo” e brasileiro adora manifestar apoio a isso;

– Ela é evangélica e foi escolha natural de boa parte dessa religião em ascensão no país. Ainda mais com a campanha de denúncias de ateísmo contra Dilma e até de satanismo contra Michel Temer. Eu mesmo ouvi pessoalmente gente passando esse tipo de boato adiante acreditando que era verdade;

– Ela se apresentou como “terceira via”, mantra político-ideológico-mágico que agrada tanto a quem se diz de esquerda mas é contra radicalismo quanto aos de direita preocupados com o bem estar de todos.

"Quem esse ewok pensa que é?"

E com esse misto de esperança, frustração e ideologia, Marina foi aos poucos retirando os votos de Dilma e crescendo nas pesquisas, a ponto do convocar a chamada “Onda Verde”, conclamando todos a ajudarem a votar na única que de fato poderia derrotar a candidatura petista. Isso ficou muito claro em seu debate na Rede Globo, onde fez questão de apontar as igualdades entre Dilma e Serra e se mostrar como a única que era diferente daquilo. Tanto que foi responsável pelo único momento alto do debate, ao fazer Serra perder a linha no penúltimo bloco.

Nos últimos dias da campanha ela se colocou como realmente pronta para o 2° turno contra Dilma, a ponto de estar na frente do tucano em alguns estados. Porém a apuração acabou e tivemos Dilma em primeiro com 46,9%, Serra com 32,6% e Marina com 19,3%.  E sabem quem mais comemorou este resultado? Marina Silva.

Analisando somente os números, Marina foi a maior votação em uma terceira opção em muito tempo, superando recorde anterior de 17% Anthony Garotinho (outro evangélico) em 2002. Nunca antes na história desse país alguém chegou tão alto sem ir para o segundo turno. Considerando o tamanho da coligação e recursos da campanha, isso por si só é uma vitória. Mas a questão é que desde o começo Marina não estava jogando para ganhar e sim pavimentando seu nome para 2014. A idéia era fazer seu nome para concorrer pra valer na próxima eleição presidencial. E nisso ela foi muito além do esperado.

Uma Nova Esperança?

Com seus 19%, Marina agora é assediada por PT e PSDB, pois seu eleitorado pode sim vir a decidir a eleição, mas a candidata se colocou sistematicamente contra Serra e Dilma durante toda a campanha e acredito que não vá apoiar ninguém para manter seu “capital ético”. Já o Partido Verde está se alinhando discretamente ao PSDB (vide Rio de Janeiro) e deve manter a tendência. Assim o partido participa do jogo e recolhe espólios um lado e mantém seu principal nome “limpo”. Dado a curta memória política dos brasileiros, é um plano perfeito.

E o que esperar de Marina Silva e do PV e 2014?

O que me preocupa é o discurso pseudo-liberal que ela tem e o número enorme de pessoas caindo nele. São homossexuais, pessoas pró-legalização de drogas ou aborto e até feministas votando em uma EVANGÉLICA? Como assim?

Não é questão de preconceito e sim de pragmatismo. Ela NUNCA vai ser a favor de coisas como direitos civis para casais homossexuais, aborto, drogas e medidas para um Estado mais laico. Aí ela diz que “pessoalmente é contra, mas que vai discutir o assunto”. AH, VÁ! Alguém aqui acha que em plebiscito para discutir aborto ou casamento civil ou legalização de drogas vai ter resultado pró essas medidas? Alguém acha que um projeto de lei sobre esses assuntos passa no Congresso? Não conseguimos nem tornar crime o preconceito contra homossexuais!

Marina sabe disso e ao se colocar de maneira clara que é contra, ganha a simpatia de todo mundo que é contra também. E quem é a favor dessas questões acaba achando lindo o fato dela ser sincera e mesmo assim se eleita chamar estas questões ao debate. Perdoem minha exaltação, mas DESDE QUANDO A MAORIA DE POPULAÇÃO VOTA EM FAVOR DOS DIREITOS DE UMA MINORIA, PORRA?

Li diversas análises políticas sobre o resultado das eleições e possíveis cenários de alianças e afins e ninguém fala sobre uma “Onda Retrógrada” assolando o país. Para não dizerem que sou paranóico, alguns exemplos já estão surgindo. O PT já esta revendo a posição de Dilma sobre o aborto e saiu na Folha de São Paulo hoje que “foi um erro o partido dar ouvido à algumas feministas em suas fileiras”. O pastor Silas Malafaia colocou 600 outdoors de cunho homofóbico no Rio de Janeiro. Devem haver outros tantos por aí.

Muita gente fez brincando uma associação entre Plínio de Arruda Sampaio e o Imperador Palpatine devido à aparência similar de ambos. Vendo as jogadas políticas que Marina Silva / PV e os passos para trás que PT e PSDB estão dando para conquistar seu apoio,  começo a ouvir a trombetas do Apocalipse tocando os primeiros acordes da Marcha Imperial.

Eu sinto um distúrbio na Força, e você?

Conforme a palhaçada entre PT e PSDB crescia e ficava cada vez mais difícil diferenciar quem era acusador ou quem era acusado, o eleitorado começou a prestar atenção na terceira colocada nas pesquisas: Marina Silva pelo Partido Verde e com uma coligação sem força política nenhuma.

O tempo de televisão dela era 1 minuto e pouco, mas como ela pontuava relativamente bem nas pesquisas e a mídia costuma cobrir pelo menos os três primeiros nomes, ela foi tendo seu espaço garantido. Com os debates ela começou a crescer, mostrando-se inclusive mais agressiva do que o esperado de uma mulher com a aparência frágil que ela tem. E foi martelando que essa eleição não era um plebiscito entre A e B e que ela era a candidata da continuidade e não do continuísmo. Parecia besteira semântica a princípio, mas o tempo provou que não.

A meu ver o ponto de virada foi o debate on-line Folha/UOL. Este debate ocorreu em um dia de semana de manhã. Só quem tinha internet no trabalho ou quem estivesse em casa pode acompanhar o debate. Justamente esse povo que se acha super engajado, mas só acompanha o que rola de quatro em quatro anos (quando isso). No encerramento deste debate Marina Silva se definiu como “um milagre da educação”. Eu aposto que tinha gente no meu Twitter chorando nessa hora.

E por que esse foi o ponto de virada?

Tanto Dilma quanto Serra tem perfis e atuações extremamente gerenciais, administrativos. Era aquele discurso tecnocrata, apoiado em números e mais números. Faltava alguém que mostrasse que política também era ideologia, mas sem o radicalismo comunista de Plínio de Arruda Sampaio do PSOL. Aos poucos Marina foi preenchendo essa lacuna graças aos seguintes pontos:

– Ela defende a “causa ambiental”. Logo um monte de “artista engajado” começou a manifestar apoio a ela e seus fãs seguiram na onda;

– Ela é uma pobre que “deu certo” e brasileiro adora manifestar apoio a isso;

– Ela é evangélica e foi escolha natural de boa parte dessa religião em ascensão no país. Ainda mais com a campanha de denúncias de ateísmo contra Dilma e até de satanismo contra Michel Temer. Eu mesmo ouvi pessoalmente gente passando esse tipo de boato adiante acreditando que era verdade;

– Ela se apresentou como “terceira via”, mantra político-ideológico-mágico que agrada tanto a quem se diz de esquerda mas é contra radicalismo quanto aos de direita preocupados com o bem estar de todos.

E com esse misto de esperança, frustração e ideologia, Marina foi aos poucos retirando os votos de Dilma e crescendo nas pesquisas, a ponto do convocar a chamada “Onda Verde”, conclamando todos a ajudarem a votar na única que de fato poderia derrotar a candidatura petista. Isso ficou muito claro em seu debate na Rede Globo, onde fez questão de mostrar igualdades entre Dilma e Serra e se mostrar como a única que era diferente daquilo. Tanto que foi responsável pelo único momento alto do debate, ao fazer Serra perder a linha no penúltimo bloco.

Nos últimos dias da campanha ela se colocou como realmente pronta para o 2° turno contra Dilma, a ponto de estar na frente do tucano em alguns estados. Porém a apuração acabou e tivemos Dilma em primeiro com 46,9%, Serra com 32,6% e Marina com 19,3%.  E sabem quem mais comemorou este resultado? Marina Silva.

Analisando somente os números, Marina foi a maior votação em uma terceira opção em muito tempo, superando recorde anterior de 17% Anthony Garotinho (outro evangélico) em 2002. Nunca antes na história desse país alguém chegou tão alto sem ir para o segundo turno. Considerando o tamanho da coligação e recursos da campanha, isso por si só é uma vitória. Mas a questão é que desde o começo Marina não estava jogando para ganhar e sim pavimentando seu nome para 2014. A idéia era fazer seu nome para concorrer pra valer na próxima eleição presidencial. E nisso ela foi muito além do esperado.

Com seus 19%, Marina agora é assediada por PT e PSDB, pois seu eleitorado pode sim vir a decidir a eleição, mas a candidata se colocou sistematicamente contra Serra e Dilma durante toda a campanha e acredito que não vá apoiar ninguém para manter seu “capital ético”. Já o Partido Verde está se alinhando discretamente ao PSDB (vide Rio de Janeiro) e deve manter a tendência. Assim o partido participa do jogo e recolhe espólios um lado e mantém seu principal nome “limpo”. Dado a curta memória política dos brasileiros, é um plano perfeito.

E o que esperar de Marina Silva e do PV e 2014?

O que me preocupa é o discurso pseudo-liberal que ela tem e o número enorme de pessoas caindo nele. São homossexuais, pessoas pró-legalização de drogas ou aborto e até feministas votando em uma EVANGÉLICA? Como assim?

Não é questão de preconceito e sim de pragmatismo. Ela NUNCA vai ser a favor de coisas como direitos civis para casais homossexuais, aborto, drogas e medidas para um Estado mais laico. Aí ela diz que “pessoalmente é contra, mas que vai discutir o assunto”. AH, VÁ! Alguém aqui acha que em plebiscito para discutir aborto ou casamento civil ou legalização de drogas vai ter resultado pró essas medidas? Alguém acha que um projeto de lei sobre esses assuntos passa no Congresso? Não conseguimos nem tornar crime o preconceito contra homossexuais!

Marina sabe disso e ao se colocar de maneira clara que é contra, ganha a simpatia de todo mundo que é contra também. E quem é a favor dessas questões acaba achando lindo o fato dela ser sincera e mesmo assim se eleita chamar estas questões ao debate. Perdoem minha exaltação, mas DESDE QUANDO A MAORIA DE POPULAÇÃO VOTA EM FAVOR DOS DIREITOS DE UMA MINORIA, PORRA?

Li diversas análises políticas sobre o resultado das eleições e possíveis cenários de a

Conforme a palhaçada entre PT e PSDB crescia e ficava cada vez mais difícil diferenciar quem era acusador ou quem era acusado, o eleitorado começou a prestar atenção na terceira colocada nas pesquisas: Marina Silva pelo Partido Verde e com uma coligação sem força política nenhuma.

O tempo de televisão dela era 1 minuto e pouco, mas como ela pontuava relativamente bem nas pesquisas e a mídia costuma cobrir pelo menos os três primeiros nomes, ela foi tendo seu espaço garantido. Com os debates ela começou a crescer, mostrando-se inclusive mais agressiva do que o esperado de uma mulher com a aparência frágil que ela tem. E foi martelando que essa eleição não era um plebiscito entre A e B e que ela era a candidata da continuidade e não do continuísmo. Parecia besteira semântica a princípio, mas o tempo provou que não.

A meu ver o ponto de virada foi o debate on-line Folha/UOL. Este debate ocorreu em um dia de semana de manhã. Só quem tinha internet no trabalho ou quem estivesse em casa pode acompanhar o debate. Justamente esse povo que se acha super engajado, mas só acompanha o que rola de quatro em quatro anos (quando isso). No encerramento deste debate Marina Silva se definiu como “um milagre da educação”. Eu aposto que tinha gente no meu Twitter chorando nessa hora.

E por que esse foi o ponto de virada?

Tanto Dilma quanto Serra tem perfis e atuações extremamente gerenciais, administrativos. Era aquele discurso tecnocrata, apoiado em números e mais números. Faltava alguém que mostrasse que política também era ideologia, mas sem o radicalismo comunista de Plínio de Arruda Sampaio do PSOL. Aos poucos Marina foi preenchendo essa lacuna graças aos seguintes pontos:

– Ela defende a “causa ambiental”. Logo um monte de “artista engajado” começou a manifestar apoio a ela e seus fãs seguiram na onda;

– Ela é uma pobre que “deu certo” e brasileiro adora manifestar apoio a isso;

– Ela é evangélica e foi escolha natural de boa parte dessa religião em ascensão no país. Ainda mais com a campanha de denúncias de ateísmo contra Dilma e até de satanismo contra Michel Temer. Eu mesmo ouvi pessoalmente gente passando esse tipo de boato adiante acreditando que era verdade;

– Ela se apresentou como “terceira via”, mantra político-ideológico-mágico que agrada tanto a quem se diz de esquerda mas é contra radicalismo quanto aos de direita preocupados com o bem estar de todos.

E com esse misto de esperança, frustração e ideologia, Marina foi aos poucos retirando os votos de Dilma e crescendo nas pesquisas, a ponto do convocar a chamada “Onda Verde”, conclamando todos a ajudarem a votar na única que de fato poderia derrotar a candidatura petista. Isso ficou muito claro em seu debate na Rede Globo, onde fez questão de mostrar igualdades entre Dilma e Serra e se mostrar como a única que era diferente daquilo. Tanto que foi responsável pelo único momento alto do debate, ao fazer Serra perder a linha no penúltimo bloco.

Nos últimos dias da campanha ela se colocou como realmente pronta para o 2° turno contra Dilma, a ponto de estar na frente do tucano em alguns estados. Porém a apuração acabou e tivemos Dilma em primeiro com 46,9%, Serra com 32,6% e Marina com 19,3%.  E sabem quem mais comemorou este resultado? Marina Silva.

Analisando somente os números, Marina foi a maior votação em uma terceira opção em muito tempo, superando recorde anterior de 17% Anthony Garotinho (outro evangélico) em 2002. Nunca antes na história desse país alguém chegou tão alto sem ir para o segundo turno. Considerando o tamanho da coligação e recursos da campanha, isso por si só é uma vitória. Mas a questão é que desde o começo Marina não estava jogando para ganhar e sim pavimentando seu nome para 2014. A idéia era fazer seu nome para concorrer pra valer na próxima eleição presidencial. E nisso ela foi muito além do esperado.

Com seus 19%, Marina agora é assediada por PT e PSDB, pois seu eleitorado pode sim vir a decidir a eleição, mas a candidata se colocou sistematicamente contra Serra e Dilma durante toda a campanha e acredito que não vá apoiar ninguém para manter seu “capital ético”. Já o Partido Verde está se alinhando discretamente ao PSDB (vide Rio de Janeiro) e deve manter a tendência. Assim o partido participa do jogo e recolhe espólios um lado e mantém seu principal nome “limpo”. Dado a curta memória política dos brasileiros, é um plano perfeito.

E o que esperar de Marina Silva e do PV e 2014?

O que me preocupa é o discurso pseudo-liberal que ela tem e o número enorme de pessoas caindo nele. São homossexuais, pessoas pró-legalização de drogas ou aborto e até feministas votando em uma EVANGÉLICA? Como assim?

Não é questão de preconceito e sim de pragmatismo. Ela NUNCA vai ser a favor de coisas como direitos civis para casais homossexuais, aborto, drogas e medidas para um Estado mais laico. Aí ela diz que “pessoalmente é contra, mas que vai discutir o assunto”. AH, VÁ! Alguém aqui acha que em plebiscito para discutir aborto ou casamento civil ou legalização de drogas vai ter resultado pró essas medidas? Alguém acha que um projeto de lei sobre esses assuntos passa no Congresso? Não conseguimos nem tornar crime o preconceito contra homossexuais!

Marina sabe disso e ao se colocar de maneira clara que é contra, ganha a simpatia de todo mundo que é contra também. E quem é a favor dessas questões acaba achando lindo o fato dela ser sincera e mesmo assim se eleita chamar estas questões ao debate. Perdoem minha exaltação, mas DESDE QUANDO A MAORIA DE POPULAÇÃO VOTA EM FAVOR DOS DIREITOS DE UMA MINORIA, PORRA?

Li diversas análises políticas sobre o resultado das eleições e possíveis cenários de alianças e afins e ninguém fala sobre uma “Onda Retrógrada” assolando o país. Para não dizerem que sou paranóico, alguns exemplos já estão surgindo. O PT já esta revendo a posição de Dilma sobre o aborto e saiu na Folha de São Paulo hoje que “foi um erro o partido dar ouvido à algumas feministas em suas fileiras”. O pastor Silas Malafaia colocou 600 outdoors de cunho homofóbico no Rio de Janeiro.

Muita gente fez brincando uma associação entre Plínio de Arruda Sampaio e o Imperador Palpatine devido à aparência similar de ambos. Vendo as jogadas políticas que Marina Silva e o PV andam fazendo começo a achar que a verde começa a caminhar para o Lado Sombrio da política.

lianças e afins e ninguém fala sobre uma “Onda Retrógrada” assolando o país. Para não dizerem que sou paranóico, alguns exemplos já estão surgindo. O PT já esta revendo a posição de Dilma sobre o aborto e saiu na Folha de São Paulo hoje que “foi um erro o partido dar ouvido à algumas feministas em suas fileiras”. O pastor Silas Malafaia colocou 600 outdoors de cunho homofóbico no Rio de Janeiro.

Muita gente fez brincando uma associação entre Plínio de Arruda Sampaio e o Imperador Palpatine devido à aparência similar de ambos. Vendo as jogadas políticas que Marina Silva e o PV andam fazendo começo a achar que a verde começa a caminhar para o Lado Sombrio da política.

Marina Silva e a Manipulação da Ideologia – Parte I – Os Erros dos Adversários

Independente de quem vá ganhar o 2° turno da eleição presidencial deste ano, a única candidatura realmente vitoriosa foi a de Marina Silva pelo Partido Verde (PV). Parece uma grande loucura dizer isso uma vez que ela não foi eleita e não passou de 3° nas pesquisas, mas vamos analisar o cenário e seus fatores um pouco mais a fundo.

José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) estiverem em algum momento da corrida presidencial com o jogo praticamente ganho e por erros da própria equipe de campanha ou de algum aliado colocaram tudo a perder.

Serra despontava como favorito até o primeiro semestre, mas aí sentou em cima de seu favoritismo e usou e abusou disso antes do início oficial da campanha. Primeiro atropelou adversários dentro do próprio partido, barrando uma votação interna para a escolha de um candidato tucano e assim tirando Aécio Neves (MG) do páreo. Mas o mineiro tem uma base ampla dentro do partido (incluindo aí Geraldo Alckmin em São Paulo) e esse racha interno seria notado em todo o decorrer da campanha, com candidaturas do partido e da base aliada mostrando José Serra muito pouco ou até mesmo o omitindo totalmente em programas e santinhos.

Depois veio a demora em oficializar a candidatura. Pode parecer bobagem diante do fato que todo mundo já sabia que ia ser ele mesmo, mas diante da burocracia sem fim que é a Legislação Eleitoral brasileira, isso faz muita de diferença para definir alianças, arrecadações, doações e material de campanha.

E a cartada final foi a “escolha” do vice-candidato empurrado à força pelo DEM. A única coisa notável no currículo de Índio da Costa era ele ter sido o redator do projeto de lei Ficha Limpa e MAIS NADA. Era nítido que o partido aliado não tinha nada melhor para oferecer e a escolha foi alvo de chacota para muita gente.

Durante a campanha em si, o candidato José Serra parecia sofrer de uma doença muito em moda atualmente: Transtorno Bipolar. Ele tinha que falar mal a Dilma sem falar mal do Lula, um presidente com mais de 70% de índice de aprovação. E aí tivemos aquele discurso esquizofrênico, onde se falava mal do governo e se mostrava alinhado a Lula. Claro que ninguém engoliu isso e Serra caía cada vez mais nas pesquisas.

Já do lado petista a missão era árdua. Após escândalos de corrupção limarem boa parte da cúpula do PT, não havia um nome forte para a disputa nacional. As únicas opções eram Marta Suplicy, arrogante demais para ganhar a simpatia nacional, e Aloísio Mercadante (bem, este segundo não é exatamente um nome forte, para sentir o nível em que o partido estava). Coube então ao presidente Lula inventar uma candidata e daí surgiu Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, o ministério que é o “braço direito” da presidência. E fez plástica na mulher, repaginou todo o visual dela e a colocou para inaugurar mais obra atrás de obra. E ela contava com o melhor cabo eleitoral do momento: o próprio presidente Luís Inácio Lula da Silva

Convém notar que não era Dilma quem estava ganhando e sim Serra quem estava perdendo. Se o governo Lula era tão bom assim a ponto do próprio tucano atrelar a ele sua candidatura, melhor votar na mulher que o presidente indicava, certo?

E dentro disso a candidatura de Dilma crescia, uma vez que o discurso de Serra acabou decepcionando quem votava nele e não convenceu o resto do eleitorado a mudar seu voto.

Percebendo que o próprio Serra não teria forças para derrubar a petista, a maior parte da mídia (que é a favor do tucano) rapidamente começou a dissecar qualquer aspecto da vida de Dilma e publicava qualquer coisa que achassem que poderia desaboná-la. E quando eu escrevo qualquer coisa entendam isso literalmente: usaram até o fato dela ter tido uma loja em tempos imemoriais que acabou falindo como exemplo de que ela não seria uma má administradora. Mas isso merece um post à parte. A questão é que cavoucaram tanta coisa que acabaram achando.

Veio então à tona um suposto esquema de quebra de sigilos fiscais de membros do PSDB e familiares de Serra a mando do PT de São Bernardo. O candidato tucano ficou de “mimimi” em plena propaganda eleitoral contra esse crime contra sua filha. Mas após descobrir que meio mundo não tava nem aí pra sigilo fiscal, vir à tona que ele sabia disso desde janeiro e veio reclamar somente agora e que uma empresa da filha dele deixou exposto na rede dados bancários de todos os seus clientes, a denúncia perdeu força e foi para o limbo.

Foi então que descobriram que o filho da mulher que estava no lugar da Dilma na Casa Civil estava fazendo lobby. Pareceu confuso? Mas foi assim mesmo que a coisa toda foi noticiada. Mas como “água mole e pedra dura tanto bate até eu fura”, conseguiram convencer o eleitor médio de que de repente lobby passou a ser crime e Erenice “A Mulher que Dilma Colocou Lá” Guerra foi obrigada a pedir demissão do ministério. Aí o caldo entornou, pois por mais que Dilma e Lula dissessem que não sabiam de nada, foi no mesmo ministério que rolou o Mensalão que acabou derrubando José Dirceu. A mídia fez questão de lembrar a todos disso e como Dilma não era Lula, ela começou a recuar nas pesquisas.

E aí vem o dado curioso. Serra estava perdendo votos por não se definir como oposição ou situação e o caráter denuncista e oportunistas de suas denúncias fez com que ele se estabilizasse nas pesquisas e não conquistasse voto nenhum. Já as cagadas do PT e do Governo Federal marteladas diuturnamente pela imprensa conseguiram corroer a candidatura de Dilma. Então para onde estavam indo estes votos todos?

Para uma candidatura de uma acreana que era analfabeta até os 16 anos e havia saído do PT não havia muito tempo por discordar da política ambiental do partido. Essa candidatura era de um partido que não tinha muita força nacional, mas é visto como simpático por todos.

É claro que estamos falando da candidatura de Marina Silva pelo Partido Verde. Descontentes com a alopração petista e esquizofrenia tucana começaram a ver nela uma alternativa viável para mostrar que não estavam contentes com a disputa principal sem desperdiçar seu voto em um qualquer. A equipe de campanha verde percebeu isso e então tentou o que muitos achariam loucura: um 2° turno entre Dilma e Marina.

(continua…)

Marketing: Engenharia Reversa I

Aos poucos abrimos mão do silêncio, não de uma forma espetacular ou performática, mas sim de um jeito sutil, gradativo, que transforma o nível de diálogo entre pessoas e instituições.

Ontem assisti o debate dos presidenciáveis na TV, na companhia da minha namorada e ao invés de restringirmos o diálogo ao cômodo da sala, munidos de netbooks e smartphones buscamos compartilhar – de forma bem humorada, IMHO – nossas opiniões com outras pessoas conectadas.

Na antiga conjectura do marketing, podia ser considerado como um “erro” a falta de controle informacional em relação ao público-alvo. Alguém que sabe demais, alguém que viu falhas no plano, alguém que erroneamente não foi abrangido dentro do plano, para o marketing de uma geração atrás, o planejamento pré-emptivo era a fase mais crucial do plano.

Bom, isso fica visível nas ações, currais e estratégias verticalizadas, para o profissional de comunicação tradicional, o buzz derivado de uma ação é útil apenas quando o mesmo fica centrado no público, não alcançando seus criadores e emissores.

(Quando o contato existe, ele é minguado e burocrático, estamos falando de velhos mecanismos, SAC, Pós-Venda, Pontos de Atendimento, Assistência Técnica.)

Romper isto, no passado, podia ser considerado um remarco, a campanha de tênis personalizados da Nike acabou sendo frustrada por um artista que quis seu Nike Shoes c/ uma dedicatória destinada as crianças asiáticas, mão de obra escrava. Obviamente, ele não conseguiu.

(vocês já perceberam que os nomes das maiorias das marcas podem ser corrigidos no Microsoft Word?)

E quem dirá Kevin Mitnick? Que por processo judicial, grandes empresas como a AT&T impediram que sequer produtoras de cinema realizassem um longa cinematográfico sobre sua vida.

Claro, estamos falando de um nome famoso, estamos se referindo a alguém através do uso de um sobrenome, uma pedra no sapato, mas quando falamos de um coletivo de anônimos? Poderiam os diretores de markerting, designers e assessores de imprensa estar diante de uma avalanche inteira?

Bom, acredito que sim, existe mudança e intento ao migrar das pichações em Mcdonalds para, por exemplo, Tweets, o simbólico-depreciativo acaba, você pula o muro e alfineta diretamente a marca.

A metáfora da transição das marcas do modelo piramidal/vertical para o rizomático pode estar na relação entre a distância relativa do totem do Mcdonalds e a maneira que você encara o monitor de um desktop.

Lembrando os princípios de virtualidades, ou seja, possibilidades, o que é mais fácil alcançar? Pois é.

Muitos profissionais na área de comunicação empresarial confundem a noção de manutenção e relacionamento com a idéia de “presença”, é um tiro pela culatra muito freqüente, nós podemos ver diversas empresas se arriscarem em redes sociais apenas para meses depois encontrarmos perfis inativos, id. visual retardatária, comunidades abandonadas, fóruns desregrados, e o que, em minha opinião, é o pior: perfis alienados, que buscam persistir com seu velho modelo de comunicação verticalizada.

Onde é que isto tem se tornado recorrente?

Mais indigesto que Mcdonalds ou desconfortável que um tênis Nike com certeza é a política nacional.

E o que nós observamos no Twitter? Sim, nossos queridos candidatos a presidência, não apenas exercendo a velha egolatria partidarista, mas vivendo em estado solipsista, ignorando diálogo e movimentação por parte de internautas.

(Para tanto falatório sobre “inclusão” digital, a parte relativa a “integração” é pertinentemente esquecida por eles mesmos, não?)

Da mesma forma que capitalizamos nossa imagem, nos transformamos em valor simbólico e vivemos neste sistema de “escambo de influências”, transformamos nosso nome, nickname, avatar e etc. em marca e a manutenção da mesma exige relacionamento, para a imagem de um político, o processo não podia ser diferente…

Esta negligência em relação ao fator humano que nos torna distintos de uma marca laboratorial, este alastramento da lacuna entre a população de usuários e nossos políticos, a ausência de diálogo, apenas acabam resultando em insatisfação, e bem, vocês conhecem o meme, não? Internet Hate Machine.

Vide o pobre Jose Serra, e seu recente “Serra Comedô”, o reboliço dos internautas para a ironia do Plínio Arruda, o embate entre membros do PSDB e PT. O ridículo, a zombaria, o escracho, todos saíram das rodas de conversas entre amigos, tornaram-se públicas, replicáveis.

Claro, aos poucos aparecem os “especialistas” argumentando: “Perca o controle!” “Deixe sua marca/personalidade fluir pela internet”, eu digo pra eles e para os presidenciáveis apenas uma coisa, o trecho de uma música do Smashing Pumpkins, banda que eu gosto muito:

“Stay cool

And be somebody’s fool this year

‘cause they know

Who is righteous, what is bold

So I’m told”