Das prensas para os neurônios

Publicado originalmente no Farrazine #23

 

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O processo que envolve a leitura e apreciação de uma obra de quadrinhos é muito maior do que folhear umas páginas de papel couché, ler os balões com falas escritas por Grant Morrison e admirar os desenhos de Frank Quitely. Esses momentos são apenas o final, a cereja de um bolo gigantesco que às vezes não admitimos que existe. Dizer que nossas expectativas não afetam o modo como avaliamos algo que lemos/assistimos/ouvimos é o mesmo que dizer que o cheiro da comida que sentimos 10 minutos antes de comê-la não influencia no modo como percebemos o sabor dela.

Como dizia Nietzsche, "somos artistas muito maiores do que imaginamos", se referindo ao fato que nosso sistema nervoso afeta profundamente o modo como vemos (vemos, no sentido literal mesmo) o mundo que nos cerca. Às vezes nossos sentidos são viciados, como em testes em que os instrutores mostram vídeos de crianças brincando numa rua e dão ordens aos que assistem de ver quantas vezes uma criança específica quica uma bola; o fato dos espectadores ficarem atentos a esse aspecto acaba por impedir que vejam outras coisas – como um gorducho fantasiado de coelho passando atrás das crianças (Eu vi isso rolar nas minhas aulas de Psicologia Social).

Às vezes nosso cérebro literalmente filtra sinais que vemos simplesmente porque eles não condizem com as décadas de aprendizado que acumulamos, como quando o presidente Dwight Eisenhower cumprimentou a todos os seus convidados num jantar oficial com a frase "Eu esfaqueei minha esposa essa manhã" e NENHUM dos mais de cinquenta convidados cumprimentados se alarmou ou ficou assustado. É mais ou menos como a experiência descrita por Colin Wilson em seu livro A Criminal History of Mankind, onde sensores eram colocados no ouvido de um gato e registraram uma gama de cerca de 300 vibrações por segundo provenientes dos sons que ele ouvia; e após um rato ser colocado no campo de visão dele, esses ruídos diminuíram para menos de 40. Ou seja: o sistema cognitivo do gato simplesmente filtrou os barulhos após ser colocado em situação de alerta.

São em meandros assim que trabalha nosso sistema nervoso. Dizem os psicólogos da percepção que somente cerca de 10% dos mais de 90 mil sinais cognitivos que recebemos por segundo são tornados "conscientes" (ou seja: tomamos conhecimento deles), o restante é possivelmente processado e armazenado no que alguns chamam de Subconsciente, uma unidade cerebral que alguns cientistas mais ousados afirmam que toma as decisões antes mesmo de nós as conhecermos, o que filosoficamente se aproxima das afirmações de mestres hindus de que "temos duas cabeças, e uma delas está sonhando hipnotizada, enquanto a outra controla tudo a nossa volta" – tal declaração também se soma a metáforas de místicos como George Ivanovich Gurdjieff, que divide nosso sistema nervoso em Baixa e Alta Cabeça.

Essa seria a explicação para o fato de, às vezes, não entendermos porque odiamos tanto alguma coisa, ou nos afeiçoamos a outra. De acordo com essa teoria, o Subconsciente (ou a Alta Cabeça) processou informações que nós nem sabemos que possuímos e tomou a decisão antes da gente. "Até a porcaria da barulheira que a minha vizinha velha faz pode afetar o modo como avalio um livro", conta Nick Hornby em um livro sobre crítica literária que não lembro o nome agora. Em outras palavras: a experiência de avaliação e o modo como uma obra nos influencia não é nada parcial, não se inicia quando abrimos a primeira página e não termina quando fechamos a revista (tô usando o exemplo de revistas em quadrinhos por motivos óbvios, mas pode ser aplicado a qualquer produto ou obra cultural).

É aí que entra três canais importantes: as editoras, as críticas e os scans. São três fatores interdependentes e, ao mesmo tempo, conflitantes. As editoras querem te mostrar apenas um aspecto das obras lançadas por elas, muitas vezes o modo como ela se relaciona com aquela saga nada épica lançada por ela, ou a fama do desenhista. O fato é que editoras são empresas, que precisam de dinheiro, e lançam um monte de produtos pra isso. Elas, com toda a certeza, têm consciência que nem tudo que lançam é bom, mas não podem perder dinheiro e têm metas a cumprir. Pra isso usam a propaganda, e escancaram a parte que julgam mais vendável em suas revistas e o resto que se dane. Eles tentam nos colocar em situação de alerta para uma parte do seu produto, para que filtremos sinais que poderiam estragar nossa experiência do ponto de vista deles. É exatamente a ideia de soltar um rato na frente de um gato.

As críticas já trabalham em mares diferentes, pois visam mostrar que a propaganda das editoras não é lá muito de confiança, no fim das contas, e se põe a indicar ao público as coisas boas e ruins de uma forma mais imparcial e livre da influência editorial. As críticas devem ser amplas, pois os que as escrevem simplesmente não sabem do que cada leitor gosta, e precisam abranger o maior número de fatores possíveis – arte, cores, roteiro, cronologia, diálogos, etc.

Isso num mundo ideal. Antes tínhamos jornais, revistas e sites que faziam esse serviço de avaliar previamente pra nós leitores, o que é possivelmente bom e o que é descartável. Às vezes esses dois lados brigavam, como o dia em que Frank Miller rasgou uma edição da revista Wizard, em abril de 2001, durante um Harvey Awards. "Tenha sempre em mente que se você se deitar com cachorros, pegará pulgas. Se deitar com vermes (o autor pega uma edição da revista Wizard), pegará vermes. Os executivos de Hollywood não lêem quadrinhos. Eles lêem a Wizard. Ou, pelo menos, as editoras pensam isso. De qualquer maneira, o resultado é o mesmo. Embora essa vulgaridade mensal (Miller rasga a capa da revista) reforce todo o preconceito que as pessoas têm sobre os quadrinhos (começa a rasgar as páginas), eles dizem para todo o mundo que somos tão baratos, estúpidos e sem valor quanto pensam que somos. E nós patrocinamos essa agressão", falou na época de forma ácida.

Em outro episódio, a crítica se uniu para detonar qualquer possibilidade de sucesso de A Saga do Clone, do Homem-Aranha. Se a obra é boa ou não, foge ao propósito desse meu texto opinar de forma detalhista (Eu particularmente odeio, e até dei todas as revistas para um amigo), mas na época, diversos sites combinaram notas e avaliações com o objetivo de detonar a obra frente ao público. Em outro momento, executivos inflaram as vendas das edições de Homem-Aranha, de Todd McFarlane, e de X-Men, de Jim Lee, através de especulações, que chegaram a casa dos milhões de exemplares, prática que ajudou a explodir o mercado de quadrinhos no fim dos anos 90.

No meio de todo esse fogo cruzado, estão os leitores. É difícil ser leitor num ambiente psicológico e complicado desse. Principalmente longe do mundo ideal, quando as editoras fazem o possível para influenciar as avaliações dos críticos/blogueiros e criam sagas de quadrinhos interligadas e feitas de forma industrial com o único intuito de vender. É aí que entram os scans e outras formas de distribuição não-oficiais (ou piratas, na concepção da indústria). É meio que um discurso pronto de várias editoras de quadrinhos que os scans (ou os filmes e música para baixar) que a chamada "pirataria" destruiu a indústria, usando como argumentos os números de vendas nada positivos por parte da chamada Indústria Cultural. O discurso geralmente funciona, mas é leviano e só deveria ser aceito em um mundo que só conhecesse os mecânicos lógicos do puxa-empurra da física newtoniana… e os séculos XX e XXI nos fizeram conhecer a Relatividade e a Mecânica Quântica, que deveria, em tese, abrir a mente das pessoas a modelos de realidade muito mais abrangentes e complexos.

Os scans parecem mais com uma resposta do público a um monte de porcaria lançada. É a reação do público – teoricamente impotente – frente a esse jogo comercial. Não estou falando aqui de questões morais, mas simplesmente de fatores práticos. Apenas as obras ruins parecem prejudicadas pelos scans, e existe um motivo bastante lógico para isso: os fãs lêem a revista de graça, e só compram as que gostam. Geralmente o boca-a-boca faz o resto.

Sem dinheiro envolvido, outras questões entram em jogo na avaliação, várias delas nem foram abordadas nas linhas acima. Com ferramentas poderosas de cópia, o poder voltou aos leitores, que antes pareciam o lado mais fraco do triângulo. As propagandas influenciam menos, as críticas também e tudo se equilibrou um pouco mais. Logicamente que ainda existe muita rapinagem de todos os lados, mas pode-se dizer que a interdependência das vértices do triângulo agora estão mais seguras.

Com mudanças tão dramáticas assim é difícil especular como estará o mercado daqui a cinco anos, ainda mais com estudos cada vez mais profundos sobre como nosso cérebro funciona. Mas, uma coisa parece cada vez mais certa: longas batalhas entre esses lados do triângulo continuarão cada vez mais fortes e emocionantes de se acompanhar, afinal, tudo isso influencia na forma como possivelmente apreciamos uma obra de quadrinhos!

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Comentários

  • Tavares  On 08/09/2011 at 22:03

    O tempo que vc gastou escrevendo esse artigo poderia ser gasto trabalhando pra pagar os seus gibis.

    Vc não conhece a industria, não esta por dentro, não é artista e não sabe o que é querer trabalhar e ser pago pra fazer aquilo que vc se preparou a vida inteira pra fazer e não poder, por que as pessoas não querem pagar.

    Todo mundo sabe que os scans estão acabando com os quadrinhos, até Grant Morrison falou isso outro dia. Ficar tentando dar uma justificativa pra não pagar o que lê é falta de vergonha na cara.

    Vc é jornalista, e pelo que anda alardeando esta desempregado, se neste novo mundo que vc imagina o jornalismo não for mais pago, vc não tera emprego, e o que vai fazer? Vai ser sustentado pelos seus pais a vida inteira?

    Cultura não basta, é necessário maturidade pra compreender questões complexas.

    • Alessio Esteves  On 09/09/2011 at 0:38

      Você costumava ser mais educado com o Voz do Além, Tavares.

      E os scans/MP3 estão mesmo acabando com a indústria, uma vez que estamos comprando APENAS o que gostamos e não mais toda sorte de HQs e músicas que nos empurravam goela abaixo. A indústria agora tem que provar que é boa o sufuciente para ganhar meu dinheiro suado.

      O público está muito mais maduro sim, uma vez que tem lido muita coisa boa fora do nicho dos super heróis.Por isso mesmo a DC teve que se reinventar e fazer uma jogada ousada que pode ser genial ou dar merda.

      Você dizer que os scan estão acabando com a indústria é um raciocínio muito raso para alguém que diz entender de quadrinhgos como você. O probela maior era falta de propostas boas que convencessem o leitor a querer gastar. Tanto que eu continuo gastando mais de R$100,00 mês na banca de jornal. Mas só com o que eu acho bom.

      Você vem citar “Grant Morisson” como se nós falássemos amém pra tudo que ele escreve. Ledo engano seu. Posso também citar “n” casos em que a pirataria ajudou a aumentar vendar, citar artistas famosos e até estudiosos, mas não vem com esse de que “todo mundo sabe” que isso é má-fé da sua parte.

      E antes que venha falar mais merda, eu conheço a indústria, trabalhei nela um bom tempo e convivo com gente que ainda tá lá. Eu sei do que tô falando.

      Aquele abraço por trás que você gosta tanto e parabéns pelo 1 ano do seu blog, lindão!

    • Coringa  On 12/09/2011 at 3:55

      Realmente, você pode críticar quem faz scans. Se não tiver 1 música mp3 sequer no computador, seu windows for original e o photoshop que você usa pra editar as imagens do seu blog não tiver a key na blacklist.

      Geralmente, quem defende as editoras ferrenhamente como você está fazendo, quer uma boquinha com as mesmas. Vai que rola umas edições de graça pra tu fazer a resenha né? 😉 Mas eu entendo. Pelo que vi, você deve ter comprado também as edições digitais dos novos 52 pra fazer as resenhas do seu blog, e não cometido um crime baixando pirataria da internet. Parabéns! São de leitores como você que a indústria precisa.

      Eu tenho um blog de scans, e tenho certeza que incentivei muita gente a comprar hqs. MUITAs pessoas já relataram isso em comentários, twitter e orkuts da vida.

      Ah, Já que você cita Grant Morrison, procura no Youtube um video do Neil Gaiman falando sobre scans e posta suas impressões aqui nos comentários. é meio antigo, mas talvez ajude você a ~~entender~~ um pouco do que se trata o assunto.

      PS: Nerds leitores, vou disponibilizar 300 gigas de scans na campus party. Então, se você for lá, prepare seu HD!!!

    • synthzoid  On 12/09/2011 at 14:52

      gente, ele só tá falando isso porque tem a pretensão de abrir uma loja de HQs on-line, só isso.

  • Tavares  On 09/09/2011 at 12:31

    Tem gente que tem o pensamento enviesado.

    Eu não sei quem foi que disse que o principal problema da modernidade é que as pessoas esqueceram o passado.

    Mas a falta de raciocínio hj se uniu a uma certa deficiência de carater.

    Uma coisa incrível é que os ladrões sempre tentam justificar que roubam, as putas justificam a venda de seu corpo, o assassino justifica o seu crime e por ai vai, isso quem disse foi Tostoi.

    As pessoas fazem algo obviamente errado mas tentam justificar. Uma coisa é certa, as pessoas compram e sempre compraram aquilo que gostam. A internet não mudou isso. As pessoas baixam na internet aquilo que gostam. É só pesquisar quantos Hellblazer são baixados em sites de scan e quantos superman. É lógico que são muitos mais Superman baixados, por que as pessoas gostam mais de heroizinhos.

    Pesquise quantos Chris Ware são baixados e verá que é um numero infimo. Por que as pessoas não estao interessadas nisso. Tente distribuir gibis de graça na rua como se fossem panfletos. Pegue um Homem Aranha e um Dan Clowes. No final vao sobrar todos os Clowes, mas vai faltar homem aranha.

    Mesmo de graça, as pessoas fazem seleção, pagando as pessoas fazem seleção, ninguem precisa experimentar pra decidir comprar.

  • Tavares  On 09/09/2011 at 12:40

    Se vc vai a um restaurante vc nao vai comer primeiro e pagar depois so se gostar. Se vc vai a um puteiro vc nao vai comer a puta primeiro e pagar so se gostar. Se vc vai a um traficante vc nao vai fumar o bagulho primeiro pra depois pagar so se gostar. Se vc vai a uma livraria vc nao vai ler o livro todo e so pagar se gostar.

    Há uma certa deficiencia de carater e desprezo pelo trabalho alheio em se negar a pagar por um produto.

    Eu compro HQs há mais de 20 anos e nunca senti que algo me foi empurrado. Esse mito de que a propaganda nos obriga a comprar algo, típico argumento de pessoas obtusas que se opoe ao capitalismo e a liberdade de mercado e que por si mesmas desconfiam da Liberdade do Indivíduo, é uma das principais pragas da atualidade.

    A indústria nao é composta de homens malvados que se dedicam a obrigar as pessoas a comprar coisas que nao querem, a indústria faz o dinheiro circular e as ideias se materializarem, e é lógico que precisa materializar as ideias mais lucrativas. Nisso temos empregos, pessoas pondo suas ideias em prática, inclusive artistas.

    Se um dia tivemos obras como as do selo Vertigo, é por que existia uma industria vendendo milhoes de Supermans e o dinheiro gerado com isso podia manter um monte de artistas com ideias novas. Se temos cinema alternativo é por que a industria de filmes rasos se desenvolveu, barateou o material atraves da concorrencia e possbilitou essas produções pequenas.

    Sem dinheiro circulando, os primeiros a perder a chance de materializar suas ideias serão os pequenos, eles nao teraço como se manter, materializar suas ideias.

    Artistas precisam pagar contas, nao podem viver a custa de subsidios do estado, nem trabalhar de graça. Sem uma industria de quadrinhos, somente o estado podera banca-los, e sera como no Brasil. Sera o fim.

  • Tavares  On 09/09/2011 at 12:55

    Eu não sei com o que vc trabalha, mas ponho o mesmo exemplo que dei para o Voz.

    Se a sua função deixasse de ser paga e as pessoas começassem a pagar somente se gostassem e de repente a empresa que vc trabalha tivesse que demitir todo mundo e vc nao achasse mais emprego em lugar nenhum. o que vc ia fazer? Ia ter de mudar de profissão.

    Isso, para um artista, não é muito interessante. Também não é interessante para o público, que não tera mais os produtos que vc produz pra consumir.

    Brian Wood deu umas declarações interessantes ontem sobre a indústria

    The comics market is down overall, and that not only affects the size of my royalty checks, Northlanders was cancelled because of it. Vertigo’s been scaled back, WildStorm is gone… the places where a writer like me can do creator-owned material for a page rate are virtually extinct. In a best-case scenario, I could do one series at Vertigo, now, I’m told. It’s true I was making a good living, but that was two monthly books that sold better than they do now, and a miniseries going on the side.

    So doing some work for hire had to happen, and honestly, it’s cool. I felt ready for it, for creative reasons as well. I felt ready to jump in with two feet into a superhero universe, if one would have me.

    O cara ta na pior, seus projetos foram cancelados, ele vai fazer heroizinho, Morrison é outro que teve que apelar com esse Superman, todo mundo ta assim. Nada mais vende, a Vertigo ta indo embora, cancelando coisas boas, pq as pessoas nao querem pagar POR NADA, nao importa se é bom ou ruim. Tudo isso por causa de adolescentes idiotas que massageiam o ego pirateando e defendendo pirataria com pseudo teses de faculdade chulé.

  • Tavares  On 09/09/2011 at 13:01

    O que vc sabe sobre a indústria? Em indústria vc trabalhou se aqui no Brasil isso não existe. A não ser que vc tenha trabalhado com o Mauricio, vc nao tem experiencia com isso.

    A questão é: o que eu acho que vai ocorrer?

    Uma quebradeira geral. A ação da DC com os quadrinhos digitais vai durar no máximo um ano, depois ninguem vai querer pagar, as vendas vao cair, as empresas vao diminuir os lançamentos. Em breve nao haverá nem o que piratear. Ao contrario dos musicos, artistas so podem viver da venda de seu material, por que nao podem fazer shows. Muitos vao se aposentar, mudar de ramo, vai haver falta de quadrinhos no mercado. Artistas que produzem de graça pra colocar na rede são amadores. Só os amadores vao ficar produzindo.

    Dai a questão vai ser bem simples, ou acaba a pirataria ou não existe mais quadrinhos. Ponto final.

    • Alessio Esteves  On 09/09/2011 at 16:10

      O que você, Tavares, sabe sobre indústria pra dizer se eu sei ou não? No que você trabalha, trabalhou? Duvido que vá responder, né? Isso iria demonstrar o quanto você fala merda sem saber.

      A indústria de comics empurra material goela abaixo sim a até a gente perceber que é uma merda, já compramos 3 a 4 edições pra “saber como era”, isso é absurdo?

      Você fica nesse mimimi de pirataria acaba com o mercado, mas não cita UM MÍSERO DADO CONCRETO e fica de conjecturas repetidas à exaustão. Mesmo com a pirataria e afins a última temporada em Holywood bateu recordes de bilheteria.

      E desculpe, eu já trabalhei em pastelaria e bares e, em ambos os lugares, o cliente até pagava antes, mas ao vir reclamar que o serviço não estava a contento, devolvíamos o dinheiro ou oferecíamos outro produto de graça. Qual editora faz isso?

      Você tem medo do que, cara? Parece aqueles tapados falando que o cinema ia acabar com o rádio, a TV acabar com o cinema e essas merdas todas.

  • Tavares  On 09/09/2011 at 13:03

    Só uma coisa, achar que isso depende de “como nosso cérebro funciona” é estúpido, um raciocínio Homer Simpson. Acho que a foto do texto é uma radiografia do autor.

    • synthzoid  On 09/09/2011 at 14:56

      Modernidade? Esse mesmo período histórico terminou na década de sessenta, talvez você devesse escolher palavras melhores para delimitar esse seu desgosto. Você é tão cínico e dissimulado quanto qualquer “moderninho” apenas é arrogante demais para perceber.

      Devia ter gastado seu tempo lendo gibis, afinal, metade do que foi dito aqui é suposição ou é infundado. Afinal, na falta de prova ou material, fica sua palavra, que pra mim não tem crédito algum.

      Exemplos:

      1) O que suporta que Hellblazer é mais procurado na Internet que Superman? Conhecendo o público eu até diria que é o contrário. Preciso de números ou isso que você falou não tem valor algum.

      2) você – de forma pertinente – confunde a consciência do consumidor com uma forma de desprezo, pirataria é conseqüência da insatisfação, embora a longo prazo o consumidor de HQ concorde com o valor simbólico dela, essa idéia de “Há uma certa deficiencia de carater e desprezo pelo trabalho alheio em se negar a pagar por um produto.” é absurda, afinal, já que você quer falar de indústria e mercado, vale lembrar que uma de suas forças competitivas do mercado é o próprio cliente e sua capacidade de barganha e evasão.

      3) Propaganda não obriga alguém a comprar, isso é uma paranóia caduca, mas sim, tenta persuadir, não apenas a propaganda, mas tudo aquilo relacionado ao marketing do produto em questão, o famoso verbo anglicano “marketing”. O atual modelo no mercado brasileiro impede que a gente seja seletivo pela questão de “pagar mais e levar mais”, nem todos querem três ou quatro edições em seu mix, ou conviver com o malabarismo editorial, questão de “conveniência”, isso é outra força do cliente nesse mercado.

      4) Muito pertinente em você deslocar a culpa das editoras para o cliente, se você defende o livre mercado, porque se impressionar ou alarmar tanto quanto a esse fenômeno? Chega a ser contraditório.

      5) Se um dia existiu um selo “Vertigo”, não foi porque um mercado maior servia de suporte para o mesmo, isso é um pensamento pra lá de retrógrado, o selo Vertigo existiu pois a DC Comics percebeu a tempo um nicho de mercado para trabalhar, e sinceramente? “Selo Vertigo” ta longe de ser sinônimo de qualidade e maturidade, principalmente no passado. Preacher é apenas uma fantasia adolescente recalcada entre tantas outras que saturam o mercado.

      6) Encare os fatos, não que é os consumidores (que você retrata como criaturas dissimuladas, doidas para sabotar o trabalho suado de engravatados HAHAHAHA) prejudicaram a indústria de quadrinhos, mas sim coisas como “Vertigo” são idéias ultrapassadas, hoje diversas historias “adultas” ou de “qualidade” surgem longe desse selo, o que se provou é que 1) o público alvo do mercado não é mais a nossa geração 2) Que é possível elaborar histórias adultas e saudáveis, sem cairmos em pretensos massacres e explosões de hormônios, o “New 52” ta ai pra provar isso.

      7) Agora, um prognóstico pessimista é no mínimo infundado, a indústria de entretenimento é uma das mais lucrativas do mercado, quebradeira nas ações digitais aonde? A quantidade de players envolvido é forte demais, e nenhuma dessas ações é realizada de forma premeditada, o custo pra trabalhar online é ínfimo se compararmos com a impressão, que envolve gastos de matéria prima, logística, distribuição e etc.

      8 ) Gosta de falar de mercado, de indústria e até gestão, mas daqui onde eu to vendo, você não tem experiência nenhuma com tais assuntos, mas tudo bem, gosto de ver esse seu pessimismo ingênuo.

      9) Pirataria não acaba, ponto. o que existe é desenvolver estratégias mais atraentes e salva-guardas em relação ao produto pirateado, falar que a mesma vai acabar é sonhar alto demais, pirataria é consequência em todo mercado, não defendo a mesma, mas reconheço sua força.

  • Tavares  On 10/09/2011 at 17:18

    uhauahuhahua, o cara trabalha em buteco e diz que esta na industria de quadrinhos uhuhuhaaau

    passa uma esfiha ai ghhjuahuahuaha

    • Alessio Esteves  On 12/09/2011 at 2:22

      Mesmo que eu fosse office-boy, estaria muito mais dentro do mercado que você.

      Mas já deu pra ver que vai querer sair pela tangente de novo por não poder sustentar concretamente as merdas que você fala. Aqui é todo machão e depois no Twitter chora que é perseguido por um bando de desocupados. Nem vou comentar o chororô patético por causa da sua foto, né?

      Mas vamos ver se responde ao menos essa pergunta: vocâ tá pagando para ler as novas edições da DC digitalmente ou anda lendo scans ilegais e criminosos, hein?

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